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Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), ou Tiradentes, foi um dos participantes da Inconfidência Mineira, movimento cujo objetivo era proclamar a capitania de Minas Gerais como uma República independente.
Sentenciado por traição, recebeu como pena a morte por enforcamento. Sua execução aconteceu no dia 21 de abril de 1792.
Posteriormente, essa data se tornou feriado nacional em sua homenagem.
Durante sua vida, Tiradentes teve várias profissões. Entre elas foi tropeiro, comerciante, minerador e militar.
Porém, o apelido surgiu quando começou a arrancar os dentes das pessoas, prática realizada por pessoas não especializadas na área da saúde antes do desenvolvimento da odontologia no Brasil.
Como, naquela época, a profissão de dentista se resumia em “tirar dentes”, acabou ganhando a alcunha de “tiradentes”.
Tiradentes aderiu ao movimento quando era militar e tinha o posto de alferes. Por ser considerado um excelente comunicador, foi responsável por conquistar adeptos para a causa revolucionária.
O movimento da Inconfidência Mineira (ou Conjuração Mineira) foi articulado por contratadores que temiam a Derrama, prática de cobrança de suas dívidas pela Coroa portuguesa.
Tratava-se de um ato do governo português, onde todos que tinham débitos com a Coroa deviam acertar suas contas ou teriam seus bens confiscados.
Desta forma, os contratadores que tinham dívidas com Portugal se reuniram e buscaram uma solução para impedir esta ação.
Assim, durante as reuniões, foi decidido que o melhor meio para evitar os abusos de autoridade era transformar Minas Gerais numa república independente de Portugal.
O grupo de conspiradores era composto pela aristocracia mineira e entre eles havia coronéis, poetas e advogados, que traçavam planos para tomar o controle da Capitania de Minas Gerais e abolir as taxas impostas pela coroa portuguesa.
Tiradentes era um dos únicos integrantes que não fazia parte da elite econômica mineira. Essa é uma das explicações que os historiadores encontraram para explicar o fato de ele ter sido o único punido com a pena de morte.
Em 1789, entretanto, o movimento foi delatado por um dos seus membros, Joaquim Silvério dos Reis. Em troca, ele pediu o perdão de suas próprias dívidas e benefícios para sua família.
As autoridades suspenderam a Derrama, passaram a perseguir os participantes e estes foram presos e julgados.
Os bens de Tiradentes foram confiscados, sua casa queimada e a terra salgada – tornando-a imprópria para o cultivo -, castigo comum que a Coroa portuguesa destinava aos condenados por traição.
Na prisão foi apontado pelos outros participantes como líder do movimento, embora isto não fosse verdade. Mesmo assim, ele assumiu toda a responsabilidade e conseguiu proteger os companheiros.
Os participantes foram condenados à morte, mas tiveram suas penas transformadas em degredo (expulsão do país).
Somente Tirantes foi condenado à morte, pois dentre os conspiradores, era o que tinha a patente militar mais baixa.
Tiradentes foi sentenciado por traição contra a rainha, condenado à forca e executado no dia 21 de abril de 1792, no campo da Lampadosa, no Rio de Janeiro.
Além disso, foi esquartejado e partes do seu corpo expostas na estrada que conectava o Rio de Janeiro a Minas Gerais.
Tiradentes nasceu na Vila de São José, em Minas Gerais. Filho de Domingos da Silva Santos, português, e de Maria Antônia da Encarnação Xavier, brasileira.
Na infância perdeu a mãe e o pai e, por isso, foi criado em Vila Rica, atual Ouro Preto (MG), por seu padrinho.
Durante sua vida teve várias profissões como a de arrancar dentes, mas também foi tropeiro, comerciante, minerador e militar.
Como, naquela época, a profissão de dentista se resumia em “tirar dentes”, acabou ganhando a alcunha de “tiradentes”.
O 21 de Abril, dia da execução de Tiradentes, foi instituído como o Dia da Inconfidência, popularmente chamado de Dia de Tiradentes e feriado nacional.
Desde o golpe da República em 15 de novembro de 1889, Tiradentes foi transformado em herói nacional. Afinal, ele era o homem perfeito para simbolizar a luta contra a monarquia que acabava de ser derrubada.
Deste modo, a cidade onde Tiradentes nasceu em Minas Gerais, a Vila de São José, mudou seu nome já em 3 de dezembro de 1889.
No ano seguinte, o campo da Lampadosa, onde ele havia sido executado, recebeu o nome de Praça Tiradentes.
Mais tarde, em 9 de dezembro de 1965, no governo do general Castelo Branco, recebeu o título de patrono cívico da nação brasileira.
No período do governo militar, Tiradentes era retratado com barbas e cabelos compridos, à semelhança de Jesus Cristo.
Curiosamente sempre levava a forca ao pescoço de modo a lembrar do preço que pagou por contestar a ordem vigente.
Atualmente, a figura de Tiradentes como líder do movimento tem sido questionada por muitos estudiosos. Ele teria sido apontado como o dirigente máximo da revolta pelos outros envolvidos, pois estes buscavam se livrar de suas responsabilidades.
“Tiradentes” in Grandes Personagens da Nossa História. São Paulo: Editora Abril.1969.
CARVALHO, José Murilo de – A Formação das Almas. O Imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.1990.